sábado, 30 de janeiro de 2010

A CENSURA X CENSURA

A imprensa brasileira autêntica, mesmo aquela, por uma ocasião ou outra não obteve a sua alforria, sofreu duros golpes, nas décadas passadas, ao exercer verdadeiro oficio. Hoje ‘’todas’’ com o seu passaporte, tem conquistado a maior liberdade e a independência. O seu funcionamento baseia-se na prestação de serviços públicos, através da concessão do estado.

Propor a censura nos meio de comunicação, tem sido o grande dilema no nosso País. Entre os benefícios realizados através da imprensa e a existência de perversidades , seria como ter que separar o joio do trigo.

Importante ressaltar os esforços e a capacidade de uma desmedida utilidade que a impressa poderá exercer em prol da espécie humana e toda a sua população. Infelizmente, temos uma outra face, que tem realizado silenciosos massacres, privilegiando interesses, e por muitas vezes, deturpando os princípios éticos e a moral.

Numa terra sem lei, fica bastante difícil distinguir o mocinho do bandido, perde-se a racionalidade, revigora-se os instintos, acabam prevalecendo a lei dos mais fortes.

Mudando um pouco de assunto, gostaria de fazer um pequeno comentário a respeito das novelas sob às influências que exercem sobre a vida das pessoas.

Desculpe-me por não ser um escritor, psicólogo ou analista, mas podemos perceber como as novelas, o novelo que se desenrola por vários capítulos, com a duração aproximadamente de 5 a 9 meses, como a história se repete há vários anos, contada por diferentes pessoas, ou seja, diferentes ‘’autores’’.

Admitimos que o Brasil possue grandes talentos, através dos seus importantes artistas. Ocorre que, quando o telespectador perde alguns capítulos por alguns dias, semanas, não tem muito do que se preocupar, pois a história tem sido praticamente a mesma, mesmo que se tenha ocorrido naquele ano as mudanças de personagens. Temos quase sempre uma mesma narrativa. Naturalmente, as partes nobres dos fios que se desenrolam, terão o seu desfecho, na parte final.

Tal fato tem sido percebido pelo público, apesar de o ter encontrado poucas outras opções nas programações dos cais de televisão. Mesmo assim existem aqueles que à apreciam muito, estão acostumados a verem os mesmos filmes, invariavelmente apertam a tecla reprise de seu vídeo, para assistirem o mesmo conteúdo. Assim ocorrem com as novelas brasileiras, quase sempre apresentam as repetidas cenas de ciúmes do casal, alguém que rouba o namorado(a) do outro, o primeiro beijo, os mesmos dramas, maldades e sabotagens que costumam aparecer nas fábricas, residências luxuosas, escolas, etc. , planejados por uma pessoa má e o seu comparsa. Armam tudo, nesse meio tempo, conseguem arruinar a vida de quase todo o mundo, de vez em quando cometem alguns deslizes, ganham algumas bofetadas e apesar das evidências de suas crueldades, são considerados inocentes, até que se provem o contrário. Estão sempre conseguindo se safar. Nos últimos capítulo são desmascarados e quase sempre recebem um tiro e morrem.

Duro é ser o galã, sempre curtindo as várias paixões. E, um romance especial, que vive entre tapas e beijos. No final volta para os braços de sua amada, a estimada princesa, conforme deveria ser eleita pelo público, para que pudessem viver felizes para sempre.

A novela realmente tem sido um entretenimento e apresenta o lado romântico. Porém explora muito a sensibilidade do povo brasileiro. Depois de tantas lutas, e verem os seus direitos negados, em meio a tantas indiferenças, a pobreza, o descaso e aflições, no dia-a-dia, chega o momento inesperado , que parece mágico e anestésico, para viver ilusões e fantasias oferecidos através das novelas, mas que persistem a mesma ferida, na vida dos brasileiros, após cada capitulo.

Os canais de televisão realizam grandes disputas para manterem lotada as suas arenas. Estão sempre emitindo opiniões sob os aspectos religioso, espiritual, moral, sob uma forma bastante pessoal , além de incutir em sua programação, meios, mecanismos, com objetivos de determinar as vontades da maioria da população.

O que está em jogo é a realização de uma grande lucratividade. Se esforçam para garantir os espetáculos do circo, e jogar as responsabilidades do governo, em oferecer lhes o pão.
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Difícil descordar que a existência das depressões nos jovens (conflitos de valores), a conturbada prática do sexo na adolescência, o consumismo e outros malefícios, não estejam condicionados, sob as influências da televisão. E ainda que não o pudessem ser, existe a grande omissão, por não trabalharem os importantes valores, os valores da família. Porém torna economicamente inviável para a televisão, por não ser um meio atrativo no mundo dos negócios. Seria como apoiar e incentivar clínicas de recuperação à população de dependentes químicos, pelo próprio tráfico, que deixam dependentes o seu público.

A verdade muitas vezes soa como um eco até as pessoas, sem que as percebam que o perigo possa estar se aproximando, com maiores proporções.

As injustiças, as desigualdades sociais ,o desrespeito dos valores humanos, alimentam o crime organizado, a violência, e a prostituição.

Um pais que reúne todas às condições de se tornar extremamente rico, e que vive na pobreza, é porque alguém está se apropriando desta riqueza. De uma certa forma, a imprensa por atos e ou omissão, se torna cúmplice desta realidade calamitosa.

Ultimamente tenho surpreendido com a radiografia das importantes novelas brasileira. Ao perceber alguns pontinhos em evidência, como se estivessem descobrindo os primeiros raios X, por apresentarem no seu conteúdo, preocupações com as questões ambiental,social, valores da família, a discriminação racial. Por sua vez tem sido bastante aplausível, embora houvesse pequeninas partes que lhes foram reservadas, para se ter uma modalidade inovadora de novelas.

É notório o grande poder de influência que a imprensa exerce sobre às pessoas, seja ela: escrita, radiada, televisiva. Quando desvirtuam do seu papel, poderão causar enormes danos aos cidadãos e ao país.

Temos que fazer justiça,oferecer a honra aos merecidos profissionais da imprensa, por exercerem em sua profissão, a legitima vocação.

Não se trata de censurar a imprensa, mas é preciso criar uma forma de acompanhamento e avaliação coordenada por representantes de agências de comunicação, lideranças formadora de opinião, para que os princípios éticos e morais sejam preservados.

Joel Lima
Coluna-MG

domingo, 24 de janeiro de 2010

PARÁBOLA DA RIQUEZA ESCONDIDA ( Eliezer Lima da Fonseca )

HISTÒRICO: Esta parábola foi inspirada em uma pequena comunidade rural muito pobre de São João do Paraíso,
onde tinha que falar do valor da eucaristia para crianças que estavam fazendo a primeira comunhão e para pessoas que
já comungavam a dezenas de ano, mas que precisavam e desejavam de uma boa catequese a respeito do verdadeiro valor da eucaristia .


Havia um garimpeiro, muito rico e ambicioso, que em seu pequeno avião, sobrevoava uma futura área de garimpo, quando de repente, foi tomado de surpresa, por uma pane no motor do avião. O garimpeiro, pressentindo o perigo, e muito angustiado, mas muito habilidoso, logo identificou uma área da floresta desbastada e conseguiu aterrissar, salvando-se, mas deixando o seu avião sem qualquer possibilidade de levantar vôo. O local era totalmente desconhecido, e ele se pôs a andar a procura de socorro. Depois de andar por muitas horas, sem êxito, e já cansado, sedento e faminto, senta-se numa pedra e fica ali, com olhar perdido, por alguns minutos. Ao se levantar, dando apenas alguns passos, percebe, de longe, uma fumaça, que sem saber de que se tratava, o encheu de esperanças. Não perdendo tempo, foi rapidamente ao encontro daquilo que seria a sua salvação.
Aproximando-se do local, deparou com um casebre de extrema simplicidade, todo feito de barro, varas e cipós. Sem perder tempo, bate palmas, grita e logo é interrompido por uma voz frágil que sai do fundo da pequena casa e o convida para dar a volta e entrar pelos fundos do casebre. Ele assim o fez e logo se deparou com um velho senhor de mais ou menos 80 anos, que vivia solitário por ali, a cozinhar um pouco de milho seco, meio encarunchado, para fazer a sua primeira refeição do dia. Sem deixar que o velhinho dissesse algo, logo fez o apelo por água e comida, pedindo pelo amor de Deus. O velhinho pediu calmo, enquanto dizia que seria uma alegria muito grande partilhar com ele, o pouco que tinha para saciar a fome, não importando a simplicidade do alimento.
O velho lavou dois pratos de barro, entregando um deles ao garimpeiro, que exultou de alegria ao perceber que havia chegado à hora de saciar a sua fome. Pegando logo seu prato, serviu-se antes do velho, tendo o cuidado para não deixar cair nenhum caroço de milho fora do prato. Logo viu uma cabaça grande e bem envelhecida, encostada ao lado do banco de madeira onde estava o velho e sem demoras, encheu de água o copo que se encontrava em cima da cabaça, e saciou a sua sede.
Depois de se fartar à vontade, o garimpeiro elogiou o velho dizendo que jamais imaginaria que apreciaria tanto uma refeição como aquela, sempre considerada por ele, como alimento de porcos e galinhas, e pudesse comer com tanto gosto, apesar do muito dinheiro que possuía e da vida farta que vivia.
Depois de matar a fome, os dois ficaram bem à vontade e agradecidos, falando de muitos assuntos referentes à realidade dos dois. O velho acabou aproveitando a prosa para perguntar ao garimpeiro se ele conhecia de todo tipo de pedras. O garimpeiro disse que sim, pois já havia estudado muito sobre o assunto. O velho então foi logo dizendo que ha 40 anos ele havia achado uma pedra muito estranha, em um córrego dentro do seu roçado. Como a pedra era muito bonita, pegou-a, apreciou-a e depois a guardou com muito carinho em um embornal e a colocou no seu guarda roupas, tirando dali somente aos domingos, quando tinha folga, para apreciá-la por mais tempo. Mas sempre teve curiosidade para saber do que se tratava. O garimpeiro, então, pediu que a pegasse e lhe mostrasse. Assim o velho fez. Quando abriu o embornal e retirou a pedra, o garimpeiro quase cai do banco, tomado pelo susto de contemplar o mais lindo e maior diamante, que em 38 anos de garimpo jamais havia visto.
Depois de recuperar-se do susto, olha para velho dos pés à cabeça, olha para o diamante, e interpela o velho dizendo: - Há 40 anos guarda essa pedra, e porque sempre viveu nesta miséria tão grande?
O velho respondeu: - eu a guardei porque achei linda, mas não sabia que tinha um valor tão grande. Eu nunca soube que ela era um diamante.

Padre Eliezer Lima da Fonseca
Publicado no Recanto das Letras em 09/01/2010
Código do texto: T2019359




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domingo, 17 de janeiro de 2010

1 comentários:

Rosana Corrêa disse...

Prezado Joel,

Adorei "PALHAÇOS"!

Tento sempre compreender como alguém pode viver de cara amarrada para a vida, ela é tão bela! Misteriosa, cheia de surpresas.

Já que "viver é emocionar-se", como definiu Portinari (a melhor definição do verbo para mim) há dias que haverá dor, tristeza e lágrimas, mas nem por isso precisamos cultivar a AMARGURA. O palhaço também chora, né? Mas como não voltar a sorrir se há maravilhosos pôres-do-sol para vermos; como não voltar a sorrir se vamos voltar sentir a carícia do vento, ver a beleza de uma flor, se podemos ganhar um abraço gostoso de uma criança, o sorriso de um velhinho...tanta coisa boa que nem cabe aqui...

Não entendo como alguém pode ficar indiferente diante das pequenas delíciais que a vida nos proporciona. É o ser humano e suas complexidades.

Acho que um dos disseminadores da tristeza, o que faz com que a pessoa se torne "ranzinza", sem alegria de viver é fixação no ter: _ ter dinheiro além do que precisa, ter poder, ter status, ter um amor (e não partilhar um amor) enfim, a necessidade da posse.

Acho que quando somos, temos mais tempo para viver e para a alegria. Claro que teremos "noites traiçoeiras, "mais Deus nos quer sorrindo." De mais a mais, onde mora a ESPERANÇA não há lugar para TRISTEZA!

Mais do que palhaço, considero idiotas os que vivem fechados em seus "mundinhos sórdidos", sem saber que quando nos doamos ao outro, renascemos e renovamos nossa fonte de alegria, através do amor.

Muito lindo!
Um abraço,

Rosana Corrêa
15 de janeiro de 2010 13:30

sábado, 9 de janeiro de 2010

P a l h a ç o s

Eu vi o sol
Eu vi a lua
Não vi o palhaço
No meio da rua..
Hoje tem marmelada?
Tem sim senhor.
E o palhaço é quem é ?
Crescem as cidades e também
Os seus rumores.
Faltam sorrisos e a alegria.
Não há tempo para a noite,
Nem ver passar o dia.
Não vê a banda passar e
Ouvir as cantigas de amor.
Apenas rígidos músculos frontais,
Que não se descontraem.
E o palhaço é quem é?
Conheço um cara que é palhaço.
Não sorrir, não diz um oi,
Não fala bom dia, todos os dia.
Não sabe em que horas o sol nasce,
E que se põe.
Se opõe a tantas coisas!!
Que chato né?
Não tem infância,
Não gosta de criança.
Só faz palhaçada,
Em nada se alegra.
Se te dissestes que não sou palhaço,
Não haveria a graça.
Mas pela graça, mostro-me
Que não sou palhaço.

Joel Lima
Coluna-MG