sábado, 27 de fevereiro de 2010

HISTÓRIAS QUE NOS FAZEM CRER-SER

Maria de Lourdes Lima da Fonseca

A Oncinha pintada, surgiu quando yyyyy, filha de xxxx, tinha 12 anos e se sentia burra. Foi a forma que encontrei para ajudar-lhe a pensar diferente. E funcionou

A ONCINHA PINTADA


No reino da bicharada, onde todos os animais se divertiam e conversavam sobre tudo o que faziam, havia uma oncinha pintada. Era considerada a mais linda ferinha da floresta. Porém, a oncinha não pensava da mesma forma. Ela se sentia a última das últimas e ainda por cima, se achava a mais burra aluna. Volta e meia ficava pelos cantos chorando e se lamentando.

Um dia, numa dessas crises de choro, quando estava sentada à beira de um rio que parecia querer transbordar com as abundantes lágrimas que a oncinha derramava, ela ouviu um som agradável, como de um sino delicado, ou melhor, como o som do mensageiro, aqueles que ficam nas janelas, tocados pelo vento. Ela parou de chorar e se pôs a escutar, tentando perceber de onde vinha tão agradável som. Como se não bastasse o som, começou a cair sobre ela, uma chuva colorida de uma espécie de pó que desaparecia antes mesmo de cair no chão. Era uma visão maravilhosa. A oncinha pintada simplesmente ficou muda, com os olhos arregalados esperando para ver o que mais aconteceria. Quando de repente... surgiu à sua frente uma fada. Uma figura simpática que lhe trouxe muita segurança. A fadinha lhe disse:
- Oncinha, querida, eu ouvi os seus lamentos. Por que se sente assim tão triste?
A oncinha respondeu:
- eu sou a oncinha mais burra da floresta. Desde que eu era muito pequena eu ouvia a mamãe me dizer que eu não daria conta das lições do Professor Coruja. E eu não consigo mesmo. E já estou cheia de ser burra. Todos os meus coleguinhas sabem mais do que eu!
A fadinha, muito comovida disse para a oncinha:
- Olha minha querida! não precisa ficar triste. Eu vou lhe ensinar um segredo que te ajudará a se sentir a mais inteligente de todos os animais da floresta
- O que é? Seria isso possível de acontecer? – perguntou a oncinha.
- Claro! é só me prometer que irá fazer tudo o que eu lhe ensinar. Promete?
A oncinha, cruzando os dedinhos da patinha, promete fazer tudo.
- Bem, então vamos lá. Você sabia, que dentro de nosso cérebro tem uma caixinha mágica, feito um bauzinho e que dentro deste bauzinho está a fonte da sabedoria? Só que tem uma coisa. O bauzinho tem uma tampa que vai se abrindo, abrindo cada vez que falarmos as palavras mágicas.
- É sério? E quais são as palavras mágicas? – perguntou a oncinha.
- São estas: EU SOU INTELIGENTE E DENTRO DE MIM ESTÁ A CHAVE DA SABEDORIA.
Cada vez que você disser isto, com o coração feliz e acreditando no que diz, você sentirá que....nhec... a tampa da caixinha vai começar a se abrir, até que um dia, ela estará totalmente aberta. Desde a primeira vez que você falar as palavras mágicas, que são:
.... EU SOU INTELIGENTE E DENTRO DE MIM ESTÁ A CHAVE DA SABEDORIA!
Assim, você já começará a se sentir mais inteligente. Para ficar mais fácil, escreva estas palavras e as coloque na cabeceira da cama e não se esqueça de repeti-las todos os dias, disse a fadinha.
- Nossa! Que maravilha! Eu prometo que vou fazer direitinho – disse a oncinha.
- Calma oncinha, tem mais!
- O que é fadinha? Perguntou curiosa a oncinha
- Você sabia que não é só isso que te ajudará a melhorar nos estudos? Tem outra coisa muito importante.
- o que é? Diga logo, preciso chegar em casa para escrever a frase, disse a oncinha.
- Você sabe o que quer dizer CONCENTRAÇÃO? Perguntou a fadinha
- Nunca ouvi falar! Respondeu pensativa a oncinha

- Pois bem! CONCENTRAÇÃO é quando, na hora em que estamos fazendo algo dedicamos toda a nossa atenção. Por isso, quando você for fazer a tarefa do professor coruja, você vai precisar de muita CONCERNTRAÇÃO. Para ajudar a concentrar você fará o seguinte: entre para o quarto, feche a porta e preste muita atenção na tarefa. Nada de ficar olhando para outras coisas. Se seus amiguinhos te chamarem nesta hora, diga a eles para voltar depois. Porque neste momento você precisa de muita atenção. Simples não?
- Fadinha, já estou sentindo que tudo vai dar certo. Muito obrigada. Você é demais! disse a oncinha, apressada.
E lá se foi a oncinha cumprir tudo o que prometera. Pregou os dizeres na cabeceira da cama, repetia-os varias vezes. Entrava para o quarto para fazer a tarefa. Sua mãe até estranhava sua atitude, mas o certo é que, passando alguns meses, o professor Coruja a chamou para uma conversa muito séria, o que a deixou muito assustada. O que será? O Professor então disse:
- Oncinha, o que está acontecendo de novo com você?
- Ora Professor, por que a pergunta?
- É que você agora, faz todas as tarefas, e muito certas, seus cadernos estão caprichados, sem orelhas de burro, você presta atenção nas aulas. Parece que algo mágico aconteceu!
- bem, Professor, disse a oncinha, realmente, algo novo está acontecendo, mas é um segredo. Se eu te contar, deixará de ser segredo. Se quem me contou, me der permissão para te contar, eu contarei. Combinado?
- Combinado, te espero
A oncinha saiu dali correndo, em direção ao rio, para ver se encontrava a fadinha. Chamou por ela, cada vez mais alto, e nada. Ninguém aparecia. Somente quando fechou os olhos, pensou com toda ternura e carinho do seu coração, é que conseguiu ouvir os lindos sons e a perceber a chuva de cores... era ela, a fadinha, que foi logo perguntando o que estava acontecendo.
A oncinha, sem respirar direito, contou sobre a conversa com o professor e pediu permissão para contar o segredo. A fadinha, muito contente, disse:
- Parabéns oncinha, você demonstrou que é esforçada, que pode conseguir o que sonha, e mais, demonstrou que sabe guardar segredos. Isso é muito importante. Mas agora, você tem a minha permissão, pode contar o nosso segredo, que agora não será mais segredo e ensine a todos o que você aprendeu.

A oncinha saiu pulando e sorrindo e logo contou ao professor o que a fizera tão inteligente.
O professor, encantado com o que ouvia, pediu à oncinha que ensinasse aos seus coleguinhas tudo o que ela havia aprendido. Em menos de um mês, todos os alunos aprenderam o que oncinha ensinou.

A alegria tomou conta do coração da oncinha, que foi novamente para a beira do rio e pôs-se a chorar. As lágrimas eram tantas que quase fizeram o rio transbordar. E no meio do pranto, novamente ela ouve o som do mensageiro, começa a cair a chuva colorida e ela logo percebe que a fadinha estava por perto. De fato, lá estava a fadinha, que preocupada com o choro da oncinha pergunta:
- O que ouve minha querida, não deu certo o que combinamos?
- Claro que deu fada amiga. Eu estou chorando de alegria, de muita alegria. Puxa, como estou feliz! Hoje, me sinto a oncinha mais inteligente do planeta e já ensinei a vários amiguinhos o que aprendi. O professor Coruja, disse que aconteceu um milagre na floresta, pois ele nunca teve uma sala com alunos tão inteligentes como nós. Eu vim aqui te agradecer! Muito obrigada, mesmo.
A fadinha, sorrindo e chorando de alegria abraçou a oncinha e ficaram horas e horas na beira do rio, contando histórias. Dizem, que até hoje, a turminha da oncinha visita os sonhos das crianças para ajudá-las a descobrir como ficarem cada vez mais inteligentes e sábias.,

sábado, 13 de fevereiro de 2010

SERES HUMANOS

Homens refinados....
De grande prudência e sensatez.
Conhecimento vasto,
Notório saber.
Não tem endereço fixo
Reside em cada ser.
Homens ‘’Espertos’’, bobalhões....
Que se impregnam de ilusões
Encobres a própia dor,
Amenizando-a, em tuas sensações.
Agora se encontram bem distantes,
Distantes de si.
Sabeis que precisam voltar,
Aos sonhos, que sonhastes menino,
A vida acreditar.
Homens desacreditados....
Qual esta a sua crença, que o faz tão calado?
Homens corruptos, vilões....
A desgraça, a miséria,
São os espelhos de suas ações.
Homens de bem...
Que distribuem a alegria e a paz,
Transformam o mundo por meio de pequenos gestos e ações,
De uma forma bastante eficaz.
Homens que enfrentam desafios....
Superação.
Homens sábios......
Redescobrem a vida,
Renascendo a cada dia,
Aos seus grandes mistérios,
Que nos transformam em um novo ser.

Joel Lima
Coluna-MG

HISTÓRIAS QUE NOS FAZEM CRER-SER

Maria de Lourdes Lima da Fonseca

A TARTARUGA E O ESPELHO

Havia numa floresta, uma tartaruga muito rabujenta. Não se dava bem com ninguém. Sua maior preocupação era observar o que os outros animais sabiam fazer ou ,mesmo o que eles tinham e que ela não tinha.Sentia-se muito triste, inútil e sem qualidades. Chegou ao ponto de ninguém mais querer falar com ela, pois se tornara muito fechada e agressiva. A solidão foi incomodando muito, mas só se ouvia ela dizer:
Puxa, aquela lebre anda tão depressa, e eu, nessa lerdeza!
O papagaio fala tão bem, e eu, mal sei conversar !E assim ela seguia os dias reclamando...
Daí a pouco ela se enfezava e começava a xingar: ô tropa de bichos esquisitos, que papagaio falador! Que macaco trapalhão!Que lebre assustada!, olha essa preguiça, não sai do lugar!. No fundo, no fundo, ela estava brigada era com ela\ mesma, ela tinha muita inveja de todos os outros bichos.
Certo dia, a rainha e o rei das flores mandaram a todos os bichos, um convite para a festa da primavera e nesta festa, que acontecia todos os anos, os bichos costumavam exibir as suas melhores qualidades, ninguém queria faltar.
A tartaruga, com o convite na mão, ficou foi muito chateada. Ela não se sentia capaz de ir a uma festa tão famosa, triste do jeito que era e se sentindo a última das últimas.Começou a chorar e chorava, chorava, que acabou se dirigindo para debaixo do pé de manga, onde dizem que é o melhor lugar para se acalmar.Envolvida em soluços, ouviu alguém dizer:
- Ei! psiu!
- Quem está aí?- assustada perguntou.
- sou eu, o pé de manga!
- ora, onde já se viu pé de manga falar, você é planta e eu sou bicho. Isso não combina
- deixa de ser preconceituosa, tartaruga.Claro que posso me comunicar contigo. Afinal de contas nós fomos feitos pelo mesmo Criador e com o mesmo material, porém de formas diferentes.Assim, eu posso falar e você pode me entender. É só querer.
Está bem, já que consegui te ouvir, fala aí o que você quer.
- ora, eu só queria saber, porque você estava chorando?
- ah, eu não suporto mais esses bichos da floresta, aliás eu não me suporto mais. Não sirvo
pra nada, não sei fazer nada, ninguém gosta de mim .Nem vou conseguir ir à festa da
primavera.Pra quê? só vai ter bichos metidos, por lá!
- deixa de bobagem, tartaruga, disse o pé de manga. Você poderá ir, sim à festa. Eu posso
- te ajudar, dando uma sugestão.
- que sugestão? – perguntou a tartaruga
- sugiro que amanhã de manhã você fique um tempo diante do espelho e lhe faça aseguinte pergunta:
- diga-me espelho, quem sou eu?
• O quê? Lá vem você. Onde já se viu? Vai me dizer que o espelho também fala.Olha, ele
• não é gente, não é bicho e nem planta. Como pode ser isso?
- Vai por mim tartaruga, faça a experiência e volte para me contar o que ouviu.

A tartaruga, foi se embora e mal podia esperar o amanhecer do dia. Estava disposta a olhar par o espelho e ver o que aconteceria.
No dia seguinte, ainda meio sem jeito e meio desacreditada,lá estava ela diante do espelho a perguntar:
- Espelho, quem sou eu?
O espelho nada dizia
- Espelho quem sou?, perguntava de novo e o espelho continuava mudo.
Diante disto, a tartaruga, por incrível que pareça, não ficou zangada. Distraiu-se a olhar para si mesma, coisa que não fazia ha anos, pois só tinha olhos para os outros bichos.
De repente ela se vê diante de uma grande descoberta, e grita:
Eu tenho 4 patas! Puxa vida, nunca tinha reparado! Isso é legal. Quantos bichos só tem 2, outros, nenhuma e eu tenho quaaaaaatro patas!
Saiu correndo para contar ao pé de manga:
-pé de manga, eu acabei de descobrir que tenho 4 patas, posso me locomover com muita facilidade e isso me deixa muito feliz
O pé de manga, mais feliz ainda com o sucesso da experiência, incentiva:
- Continue assim, tartaruga! Amanhã, você voltará a olhar no espelho, irás descobrir novas coisas.
E assim foi feito. No outro dia, lá estava a tartaruga diante do espelho. Desta vez, ficou um bom tempo. Percebeu, enfim, que tinha o casco duro e isso foi a conta de iniciar uma série de afirmações:
Eu tenho o casco duro, posso ir para qualquer lugar sem sair de casa, posso andar tranqüila, sem medo de objetos que caem do céu, sem me machucar, tenho proteção, o tempo todo, isso é maravilhoso!!!!!!!!!!
Novamente se dirige ao pé de manga, aos pulos de felicidade.
Pé de manga, descobri mais uma coisa, tenho o casco duro e assim, falava sem parar sobre as suas descobertas
O pé de manga, sereno como ninguém a encorajava a continuar a sua pesquisa.Pediu que voltasse novamente ao espelho no dia seguinte.
E em plena madrugada, lá estava a tartaruga, curiosa para descobrir outros detalhes sobre ela própria.
Ficou tanto tempo diante do espelho, que quase dormiu e nada....olhava, pensava, observava com detalhes a si próprio e nada, até que lhe veio uma brilhante revelação: você é paciente, veja, ficou até agora diante do espelho, sem desistir.
É isso!!! Sou paciente e isto me deixa contente!! Percebo que também ando devagar e isto é bom, muito bom.Quem precisa de pressa para chegar?
Posso saber esperar as coisas acontecerem no seu tempo certo
Lá vai ela contar ao pé de manga, que lhe recomenda novamente voltar, pelo menos mais uma vez, lembrando que faltava apenas um dia para a festa da primavera .
E a coisa se repetiu, lá estava ela diante do espelho, dessa vez, esperou ainda mais tempo e como já se sentira orgulhosa por ser paciente, isso não foi problema.
Até que percebeu algo novo pra ela: era diferente de todos os outros seres e nunca havia pensado nisso.
Foi a conta, percebeu que a sua forma, o seu jeito, cor, gostos eram realmente diferentes, mas agora achava isso muito bom.
Foi correndo contar ao pé de manga, que lhe disse:
- muito bem, enfim, você chegou ao ponto-chave da questão: embora sejamos feitos da mesma matéria, guardamos diferenças importantes que nos tornam únicos. E agora, se sente capaz de ir à festa?
Claro!!! Já estou indo, tenho muito o que falar do que descobri
E no dia da festa, adivinha quem chegou primeiro?
- a tartaruga, claro! Ora, a lebre, corria muito, mas parava demais para descansar, os pássaros, confiantes na habilidade de vôo, saíram em cima da hora e ainda atrasaram os bichos que pegaram carona em suas asas e a tartaruga, na sua calma, não precisava parar para descansar, tranqüilamente chegou lá.
Na festa, ela era muito cortejada, pois a sua felicidade era tão grande que atraía para si todas as atenções. Integrou-se de tal maneira com os outros que em pouco tempo tornou-se a conselheira da floresta. Quem diria!!!!!