domingo, 24 de janeiro de 2010

PARÁBOLA DA RIQUEZA ESCONDIDA ( Eliezer Lima da Fonseca )

HISTÒRICO: Esta parábola foi inspirada em uma pequena comunidade rural muito pobre de São João do Paraíso,
onde tinha que falar do valor da eucaristia para crianças que estavam fazendo a primeira comunhão e para pessoas que
já comungavam a dezenas de ano, mas que precisavam e desejavam de uma boa catequese a respeito do verdadeiro valor da eucaristia .


Havia um garimpeiro, muito rico e ambicioso, que em seu pequeno avião, sobrevoava uma futura área de garimpo, quando de repente, foi tomado de surpresa, por uma pane no motor do avião. O garimpeiro, pressentindo o perigo, e muito angustiado, mas muito habilidoso, logo identificou uma área da floresta desbastada e conseguiu aterrissar, salvando-se, mas deixando o seu avião sem qualquer possibilidade de levantar vôo. O local era totalmente desconhecido, e ele se pôs a andar a procura de socorro. Depois de andar por muitas horas, sem êxito, e já cansado, sedento e faminto, senta-se numa pedra e fica ali, com olhar perdido, por alguns minutos. Ao se levantar, dando apenas alguns passos, percebe, de longe, uma fumaça, que sem saber de que se tratava, o encheu de esperanças. Não perdendo tempo, foi rapidamente ao encontro daquilo que seria a sua salvação.
Aproximando-se do local, deparou com um casebre de extrema simplicidade, todo feito de barro, varas e cipós. Sem perder tempo, bate palmas, grita e logo é interrompido por uma voz frágil que sai do fundo da pequena casa e o convida para dar a volta e entrar pelos fundos do casebre. Ele assim o fez e logo se deparou com um velho senhor de mais ou menos 80 anos, que vivia solitário por ali, a cozinhar um pouco de milho seco, meio encarunchado, para fazer a sua primeira refeição do dia. Sem deixar que o velhinho dissesse algo, logo fez o apelo por água e comida, pedindo pelo amor de Deus. O velhinho pediu calmo, enquanto dizia que seria uma alegria muito grande partilhar com ele, o pouco que tinha para saciar a fome, não importando a simplicidade do alimento.
O velho lavou dois pratos de barro, entregando um deles ao garimpeiro, que exultou de alegria ao perceber que havia chegado à hora de saciar a sua fome. Pegando logo seu prato, serviu-se antes do velho, tendo o cuidado para não deixar cair nenhum caroço de milho fora do prato. Logo viu uma cabaça grande e bem envelhecida, encostada ao lado do banco de madeira onde estava o velho e sem demoras, encheu de água o copo que se encontrava em cima da cabaça, e saciou a sua sede.
Depois de se fartar à vontade, o garimpeiro elogiou o velho dizendo que jamais imaginaria que apreciaria tanto uma refeição como aquela, sempre considerada por ele, como alimento de porcos e galinhas, e pudesse comer com tanto gosto, apesar do muito dinheiro que possuía e da vida farta que vivia.
Depois de matar a fome, os dois ficaram bem à vontade e agradecidos, falando de muitos assuntos referentes à realidade dos dois. O velho acabou aproveitando a prosa para perguntar ao garimpeiro se ele conhecia de todo tipo de pedras. O garimpeiro disse que sim, pois já havia estudado muito sobre o assunto. O velho então foi logo dizendo que ha 40 anos ele havia achado uma pedra muito estranha, em um córrego dentro do seu roçado. Como a pedra era muito bonita, pegou-a, apreciou-a e depois a guardou com muito carinho em um embornal e a colocou no seu guarda roupas, tirando dali somente aos domingos, quando tinha folga, para apreciá-la por mais tempo. Mas sempre teve curiosidade para saber do que se tratava. O garimpeiro, então, pediu que a pegasse e lhe mostrasse. Assim o velho fez. Quando abriu o embornal e retirou a pedra, o garimpeiro quase cai do banco, tomado pelo susto de contemplar o mais lindo e maior diamante, que em 38 anos de garimpo jamais havia visto.
Depois de recuperar-se do susto, olha para velho dos pés à cabeça, olha para o diamante, e interpela o velho dizendo: - Há 40 anos guarda essa pedra, e porque sempre viveu nesta miséria tão grande?
O velho respondeu: - eu a guardei porque achei linda, mas não sabia que tinha um valor tão grande. Eu nunca soube que ela era um diamante.

Padre Eliezer Lima da Fonseca
Publicado no Recanto das Letras em 09/01/2010
Código do texto: T2019359




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