segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Àgua o nosso precioso colírio

Qual precioso colírio,
de tamanha transparência.
Mostra a realidade sofrida,
da vida farta, que falta a vida.
Avidamente espera a população
pelas gotas d’água que se formam através do orvalho, que se confundem
às vezes, com as propias lágrimas que saem de um olhar profundo.
Para ajuntarem-se e umedecer-lhes a garganta.
Nuvens escuras, e os brados fortes dos trovões
apressam as panelas e bacias debaixo dos telhados,
poucos são os utensílios para fazerem os cozinhados,
e apanharem as águas que ainda continuam escorrendo através
das velhas telhas.
Agora são os olhares que vão acompanhando a correnteza, das águas
que vão embora apressadas, se despedindo dos últimos instantes da partida,
assim como fazem os velhos e grandes amigos.
Ainda restam vasilhas cheias d água
Não se pode gastar tudo, apenas uma porção, menos do que o necessário.
A cacimba fica ao longe, amanha ninguém trabalha é dia de feriado.
Rostos intemperizados, com sulcos pronunciados na pele ressequida,
São desenhados as rugas festivas, inundadas de cantorias, cores danças e os sabores das celebrações e comemorações fraternas.
Já se passaram os feriados, acabou a animada festa do rosário,
Restaram-lhes apenas o orvalho
E os olhos d´agua.

Joel Lima da Fonseca
Coluna-MG

Nenhum comentário:

Postar um comentário